Sobre Guilherme Bolzani

Aqui você encontrará um pouco da minha trajetória acadêmica e profissional, minhas contribuições para o ensino e pesquisa, além das iniciativas que marcaram minha carreira.

Desde cedo, minha jornada foi marcada por momentos e escolhas que, direta ou indiretamente, me direcionaram à carreira acadêmica e, consequentemente, ao CPCE/UFPI.

Sou o mais novo de dois filhos, nascido em Campinas-SP, onde vivi até os 14 anos e concluí o ensino fundamental. Durante essa etapa, estudei em dois colégios: o Liceu Nossa Senhora Auxiliadora e o Colégio Sagrado Coração de Jesus, no qual meu irmão e eu éramos bolsistas, já que nosso pai era professor de Matemática lá. Inclusive, tive a experiência única de tê-lo como professor na oitava série.

Minha trajetória como estudante foi mediana. Nunca reprovei ou fiquei de recuperação, mas também não me destacava com notas excepcionais. Era disciplinado e mantinha boas relações com colegas e professores.

Apesar de crescer na segunda maior cidade de São Paulo, passei muitos finais de semana na chácara de meus avós em Pedreira-SP, uma pequena cidade vizinha. Lá, meu avô materno, Osório Bolzani, me ensinou a cuidar da terra, cultivar hortas, criar pequenos animais e, ao lado de meu avô paterno, aprendi a trabalhar como torneiro. Essas vivências despertaram em mim uma afinidade pelo mundo rural.

Com o incentivo da família e o objetivo de adquirir uma formação profissional precoce, optei, no ensino médio, por cursar o Técnico em Agropecuária na Escola Agrotécnica Federal de Inconfidentes (EAFI), em Minas Gerais. Essa experiência foi um divisor de águas na minha vida.

Morar no alojamento da EAFI, com 19 colegas em um quarto simples e uma rotina regrada, foi uma escola de disciplina e resiliência. O curso oferecia uma formação teórica de excelência aliada a uma rotina prática intensa, já que a fazenda-escola dependia quase exclusivamente do trabalho dos alunos. Foi nesse período que decidi seguir a Medicina Veterinária, deixando de lado a Agronomia e a Zootecnia.

Após concluir o ensino técnico, enfrentei os vestibulares, mas não consegui vaga em universidades públicas. Retornei a Campinas em 1997 e fiz um ano de cursinho pré-vestibular. Atendendo a um pedido de meu pai, inscrevi-me também em uma instituição privada, a Fundação de Ensino Octávio Bastos (FEOB).

Poucas semanas após o início das aulas na FEOB, fui chamado para a Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Palotina. Entretanto, devido a uma greve e outros fatores, decidi permanecer na FEOB. Essa decisão revelou-se crucial, pois logo me conectei profundamente com a disciplina de Anatomia Animal, lecionada em parceria com a professora Maria Angélica Miglino, da FMVZ/USP.

No primeiro ano, conquistei a monitoria em Anatomia Animal, que exerci de forma voluntária. Simultaneamente, comecei a frequentar o laboratório de Histologia, onde tive o privilégio de trabalhar com a professora Ana Flávia de Carvalho, que futuramente se tornaria minha orientadora de iniciação científica com bolsa da FAPESP.

Essas experiências moldaram minha trajetória acadêmica. Sob a orientação da professora Ana Flávia e em contato próximo com a professora Maria Angélica Miglino, direcionei-me ao Programa de Pós-Graduação em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres da FMVZ/USP, de conceito CAPES 7.

Em 2003, iniciei o mestrado, adaptando uma técnica de biópsia placentária humana para cães, sob a orientação da professora Maria Angélica. Trabalhei em colaboração com o médico Dr. Thomaz Gollop, especialista em medicina fetal. O projeto foi concluído em 2005.

Na sequência, iniciei o doutorado, desenvolvendo um modelo animal para estudo de Acidente Vascular Encefálico (AVE). Durante essa etapa, colaborei com equipes renomadas, como as do Hospital Pró-Cardíaco (RJ), Hospital Albert Einstein (SP) e do Hospital das Clínicas da USP. Além disso, tive a honra de trabalhar com cientistas de destaque como Mayana Zatz, Paulo Saldiva e Fábio Jatene.

Com um ano de doutorado, percebi a necessidade de buscar uma posição docente mais estável. Em 2006, fui aprovado no concurso da UFPI, dentro do projeto de expansão universitária que criava o Campus Professora Cinobelina Elvas (CPCE).

Cheguei definitivamente a Bom Jesus em setembro de 2007, já com minha tese de doutorado quase concluída. Os desafios tecnológicos da época, como a internet discada, tornaram o processo final ainda mais árduo, mas finalizei a redação da tese e realizei a defesa em novembro de 2007.

Desde então, construí minha trajetória docente no CPCE/UFPI, enfrentando desafios e aproveitando oportunidades que consolidaram minha carreira acadêmica e minha paixão por ensinar.